O temor de mais uma guerra, desta vez entre Venezuela e Guiana, aumenta e mostra que a polarização mundial está cada vez maior. No último domingo (03/12), os venezuelanos aprovaram referendo para criar um novo estado em Essequibo, região esta que pertence à Guiana.
A disputa pelo Essequibo vem de muito tempo, porém no final do mês de novembro as tensões aumentaram quando Nicolás Maduro divulgou a realização do referendo consultivo. A situação piorou no último domingo (03) e nesta segunda (04) quando a proposta foi aprovada por mais de 95% dos eleitores.
Com as tensões acirradas, o Brasil já reforçou a presença militar no norte de Roraima, local onde faz fronteira com Venezuela e Guiana.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que “não há o que temer”, o mesmo destacou que não vai tolerar nenhuma invasão ao território de seu país.
Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falou que o povo com aprovação do referendo teve uma “vitória esmagadora” e afirmou que a “Venezuela recuperará Essequibo”.
Mesmo com aprovação, o referendo é apenas consultivo, ou seja, não é automaticamente vinculante e que o Estado da Venezuela não está autorizado a anexar a localidade.
DENÚNCIAS POR PARTE DA OPOSIÇÃO
O partido Voluntad Popular, opositor ao Nicolás Maduro, divulgou informações que podem quebrar a veracidade da votação:
- O grupo político afirma que houve um baixo comparecimento de votantes;
- Relatos mostram que estudantes do Ensino Médio, menores de idade, foram obrigados a votar;
- Agências de informações noticiaram e registraram as poucas filas durante a eleição;
- O governo proibiu uma campanha contra o referendo;
- Houve extensão nos horários da votação.
Resumidamente, a oposição ressalta que o regime Maduro está usando a pauta Essequibo e o referendo como cortina de fumaça para as eleições de 2024.
A CAUSA DO PROBLEMA
Existem dois fatores que contribuem para este revés, o primeiro trata-se da questão histórica, pois esta região é disputada há mais de um século e desde o fim do século 19 está sob o controle da Guiana, já o segundo ponto cai na área econômica (dinheiro), até porque em 2015 foi descoberto petróleo na região, com estimativa de 11 bilhões de barris.
Tanto a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território, documentos internacionais comprovam os dois pontos de vista.
Por parte da Venezuela, existe um acordo firmado com o Reino Unido em 1966.
Já a Guiana afirma que existe um laudo firmado em 1899 onde estabelece as atuais fronteiras, além que a área corresponde a 70% do território guianense.